Este filme silencioso é um conto poderoso de solidão e abandono. A câmera segue um menino de 12 anos em sua vida monótona de lavar e limpar uma região pobre e quente dos Estados Unidos. Questões de liberdade e destino ressoam, enquanto ele observa a natureza ao seu redor durante os intervalos dos cuidados com sua mãe viciada em drogas, que mal lhe diz uma palavra nas raras ocasiões em que está em casa. A simplicidade da narrativa de Roberto Minervini deixa um impacto assustador.
Daniel Blanchard, como o menino, capta nossa atenção e não a deixa ir enquanto o seguimos do supermercado para a casa de repouso (onde ele ajuda sua mãe a fazer o trabalho) e examinamos as casas e vidas do negligenciado ponto fraco da América.
Minervini usou membros não profissionais do elenco aqui em Low Tide, como fez em seu trabalho anterior, The Passage (2011). Há, portanto, mais do que uma sugestão do documentário sobre ele, tornando nossos temores por seu jovem protagonista ainda maiores. Em uma cena arrepiante, vemos o menino arrastado da cama para participar de uma das enésimas festas de sua mãe, o namorado determinava que a criança bebesse um pouco de cerveja, fumasse drogas e perdesse a virgindade. Mamãe passa quase sem murmurar e é o menino que tem que se defender.
O menino fica praticamente sozinho durante grande parte do filme de Minervini e carrega tanto ele quanto sua mãe, seus papéis invertidos enquanto ele faz o jantar, a levanta para trabalhar e a coloca na cama quando ela está doente. No entanto, quando os vemos juntos no asilo, quando sua mãe lhe dá ordens, ele responde com um "Sim, senhora" deferente, mostrando que, apesar de sua aparente dissipação, ela é uma mãe severa e não totalmente ausente. Quando o menino finalmente perde o controle, a mãe assume o comando. Ficamos com a imagem final deles na praia e vemos o quanto ela está arrependida, mas ainda com uma lata de cerveja na mão.
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